sexta-feira, 31 de maio de 2019

A amiga, a amante (Poema de Letícia Araujo)


Desci aos porões dos meus desejos. 
Uma carícia maliciosa e rolamos na cama.
Abri sua blusa, rasquei minha calcinha
Lá fora uma tarde fria - aqui dentro, nossa chama.
Você foi minha! 
Onde estavam nossos homens?
Estávamos sozinhas!

Mordi seus lábios

Suguei seus seios
Beijei todo seu corpo
Mulher e amiga - olhar cúmplice.
Sedutora e cínica - um beijo quente, 
Quente e molhado como nunca antes.
Mulher de apenas um homem e várias amigas.
Amigas não, amantes!

Voltaremos a rolar de novo na cama.

Quando nossos homens não estiverem por perto.
O toque, o abraço, o beijo quente,
O carinho malicioso, o desejo latente,
Não importando se errado ou se certo.

...e um fim de tarde juntas,

Debaixo do chuveiro, a água fria; 
Sobre os corpos, o sexo ardente.
Depois, diante dos maridos, o sorriso confidente;
Tímido, acanhado, mas patente
Que não esconde nossa especial amizade fora de padrões:
O inconfessável desejo oculto em nossos porões.

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